Turismo de base comunitária e relação de poder no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (Brasil)

Carolina Dutra de Araujo, Débora Regina Campos Cândido, Max Krott

Resumo


O turismo de base comunitária pode ser uma alternativa para o desenvolvimento do turismo na medida em que este promove o empoderamento das comunidades locais nos processos de tomada de decisão. Entretanto, os diferentes interesses dos atores envolvidos apresentam-se como entraves a essa alternativa. O objetivo deste estudo é identificar os elementos de poder dos atores mais poderosos que exercem influência no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, a fim de analisar se há condições de desenvolvimento de turismo de base comunitária na ilha, de acordo com o apoio desses atores. Para tanto, foi analisada a distribuição de poder entre os atores levando-se em consideração coerção, incentivos e desincentivos, e informação dominante por meio de entrevistas com oito atores considerados mais poderosos, com interesse em turismo no local. Acredita-se que quando os interesses dos atores mais poderosos são contemplados, o planejamento do turismo pode ser mais efetivo. Nesse contexto, o turismo de base comunitária emerge como uma das alternativas possíveis para um desenvolvimento turístico mais justo para as comunidades locais. Os resultados indicam que há algum apoio ao turismo de base comunitária por parte dos entrevistados, entretanto, o cenário observado é de excessiva valorização do conhecimento técnico, notadamente por ser uma área protegida, o que afasta o residente dos processos de tomada de decisão.


Palavras-chave


Turismo de base comunitária; Poder; Interesses.

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DOI: http://dx.doi.org/10.18472/cvt.18n2.2018.1332



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