“Viajando sem passaporte, sem passagem de avião e sem bagagem”
uma análise de experiências turísticas virtuais
DOI:
https://doi.org/10.18472/cvt.25n2.2025.2235%20%20%20%20Palavras-chave:
Tour virtual, Mobilidades Turísticas, Mobilidades Virtuais, PandemiaResumo
Experiências virtualizadas de turismo não são um fenômeno novo, haja vista que museus já utilizavam visitas virtuais como estratégia de divulgação e preservação de seus acervos. Contudo, durante a pandemia da COVID-19, observou-se uma ampliação das experiências virtuais em turismo, com a oferta de novos formatos e interações virtuais. Este estudo analisa os diferentes formatos e plataformas de tours virtuais desenvolvidos no Brasil durante o enfrentamento da pandemia (2020-2022) e discute as transformações no período imediatamente após (2023-2024). A análise indica que, durante a pandemia, experiências de acervo virtual e guiamento virtual foram aprimoradas continuamente. Entretanto, no pós-pandemia, as experiências virtuais se consolidaram principalmente em acervos digitais. Iniciativas de guiamento virtual gradualmente descontinuaram seus serviços. Conclui-se que as experiências virtuais de turismo desempenharam um papel importante durante e após o isolamento social. Elas seguem evoluindo para se tornarem complementos ao turismo regular, na organização e antecipação da experiência, especialmente por meio dos acervos virtuais. Seu futuro aponta para uma expansão contínua, impulsionada por avanços tecnológicos que ampliam possibilidades de interação virtual.
Palavras-chave: Tour virtual; Mobilidades Turísticas; Mobilidades Virtuais; Pandemia; COVID-19.
Referências
Allis, T., Moraes, C. M. S., & Sheller, M. (2020). Revisitando as mobilidades turísticas. Revista Turismo em Análise, 31(2), 271–295. https://www.revistas.usp.br/rta/article/view/173696
Anesa, P. (2020). The right of access to culture in crisis contexts. In F. Burini (Ed.), Tourism facing a pandemic: From crisis to recovery (pp. 251–260). Università degli Studi di Bergamo.
Boden, D., & Molotch, H. (1994). The compulsion to proximity. In D. E. Friedland & R. Boden (Eds.), Nowhere: Space, time and modernity. University of California Press.
Bec, A., Moyle, B., Schaffer, V., & Timothy, D. J. (2019). Management of immersive heritage tourism experiences: A conceptual model. Tourism Management, 72, 117–120. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2018.10.033
Bristow, R. S. (1999). Commentary: Virtual tourism — the ultimate ecotourism? Tourism Geographies, 1(2), 219–225. https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14616689908721311
Brown, D., & Nicholas, G. (2012). Protecting indigenous cultural property in the age of digital democracy: Institutional and communal responses to Canadian First Nations and Māori heritage concerns. Journal of Material Culture, 17(3), 307–324. https://doi.org/10.1177/1359183512454065
Buhalis, D., & Law, R. (2008). Progress in information technology and tourism management: 20 years on and 10 years after the Internet—The state of eTourism research. Tourism Management, 29(4), 609–623. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2008.01.005
Büscher, M., & Veloso, L. (2018). Métodos móveis. Tempo Social, 30(2), 133–151. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.142258
Cardona, H., Silva, J., & Pérez, M. (2023). Virtual tours to facilities for educational purposes: A review. TEM Journal, 12(3), 1725–1731. https://doi.org/10.18421/TEM123-55
Custódio, R. P., Dantas, M. A. T., Prata, A. P. N., Donato, C. R., & Morato, L. (2013). O turismo virtual de cavernas como instrumento didático‐inclusivo. Nature and Conservation, 6(2), 70–84. https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/1502/1/TurismoVirtualCavernas.pdf
Era Virtual. (n.d.). Visitas virtuais a museus e patrimônios culturais. Disponível em https://www.eravirtual.org/. Acessado em 20 de janeiro de 2025.
Freitag, A. M., & Camargo-Borges, C. (2024). The digital bow: Exploring the potential of digital presence for indigenous community-based tourism in Brazil. Tourism Planning and Development. Advance online publication. https://doi.org/10.1080/21568316.2024.2307974
Giglitto, D., Colombo, S., & Smith, P. (2019). Bridging cultural heritage and communities through digital technologies: Understanding perspectives and challenges. In ACM International Conference Proceeding Series (pp. 81–91). Association for Computing Machinery. https://doi.org/10.1145/3328320.3328386
Google Arts & Culture. (n.d.). Explore artworks, collections and stories from all around the world. Disponível em https://artsandculture.google.com/. Acessado em 20 de janeiro de 2025.
Hosseini, S. M., Paydar, M. M., Alizadeh, M., & Triki, C. (2021). Ecotourism supply chain during the COVID-19 pandemic: A real case study. Applied Soft Computing, 113, 1–14.
Iguman, S. (2020). If visitors won’t go to Heritage, Heritage must go to visitors. In F. Burini (Ed.), Digitisation of Heritage in time of Corona (pp. 165–174). Università degli Studi di Bergamo. https://rifdt.instifdt.bg.ac.rs/handle/123456789/2192?locale-attribute=en
Jung, T. H., tom Dieck, M. C., Lee, H., & Chung, N. (2016). Effects of virtual reality and augmented reality on visitor experiences in museums. In A. Inversini & R. Schegg (Eds.), Information and communication technologies in tourism (pp. 621–635). Springer.
Kelly, M., & Taffe, S. (2022). When digital doesn’t work: Experiences of co-designing an Indigenous community museum. Multimodal Technologies and Interaction, 6(5). https://doi.org/10.3390/mti6050034
Li, Z., Zhang, Y., & Chen, W. (2024). Digital tourism research: A bibliometric visualisation review (2002–2023) and research agenda. Tourism Review, 79(2), 273–289. https://doi.org/10.1108/TR-03-2023-0176
Lu, J., Xiao, X., Xu, Z., Wang, C., Zhang, M., & Zhou, Y. (2022). The potential of virtual tourism in the recovery of tourism industry during the COVID-19 pandemic. Current Issues in Tourism, 25(3), 441–457. https://doi.org/10.1080/13683500.2021.1959526
Martins, B. M., & Denkewicz, P. (2020). Desenvolvimento local e turismo de base comunitária: A experiência da comunidade quilombola do Mandira (Cananéia/SP). Caderno Virtual de Turismo, 20(3), 173–187.
Martins, B. M., & Denkewicz, P. (2022). Turismo de base comunitária, sustentabilidade e políticas públicas: A experiência do quilombo do Mandira (SP). Revista Rosa dos Ventos, 14(2), 1–18. https://doi.org/10.18226/21789061.v14.n2.01
Melo, L. M., & Caixeta, C. A. (2023). Metodologias de pesquisa participativa em territórios tradicionais: Articulações epistemológicas com comunidades quilombolas e indígenas. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, 8(25), 271–287. https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2023.v8.n25.p271-287
Moura, D. (2021). O papel das tecnologias no turismo de base comunitária: O caso da Rede Tucum. In Anais do XVII Seminário da ANPTUR – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo. https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/17/360.pdf
Oliveira, G. F., Lima, S. C., & Silva, G. G. (2021). Turismo e comunidades tradicionais: Desafios para o turismo de base comunitária em tempos de pandemia da COVID-19. Turismo e Sociedade, 14(3), 43–62.
Pereira, D., & Torres, T. (2023). Patrimônio, cultura e turismo: um estudo sobre as relações entre museus comunitários e o turismo de base comunitária. Caderno Virtual de Turismo, 23(2), 118–133. https://doi.org/10.18472/cvt.23n2.2023.2091
Petrova, E., & Hristov, D. (2016). Collaborative management and planning of urban heritage tourism: Public sector perspective. International Journal of Tourism Research, 18(1), 1–9. https://doi.org/10.1002/jtr.2020
Prayag, G. (2020). Time for reset? COVID-19 and tourism resilience. Tourism Review International, 24(2–3), 179–184. https://doi.org/10.3727/154427220X15926187693569
Relph, E. (1976). Place and placelessness. Pion.
Reynolds, R. G. (2019). Digital heritage and Indigenous cultural resilience. Heritage, 2(2), 1832–1843. https://doi.org/10.3390/heritage2020112
Rio Innovation Week. (2022). Turistech zone. Disponível em: https://rioinnovationweek.com.br/turistech-zone/. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
Rodrigues, C. (2022). Turismo de base comunitária e tecnologias sociais: Análise das práticas de turismo em territórios da cidadania no Brasil. Turismo: Visão e Ação, 24(1), 179–202. https://doi.org/10.14210/rtva.v24n1.p179-202
Santos, M. (2002). A natureza do espaço: Técnica e tempo, razão e emoção (4ª ed.). Editora da Universidade de São Paulo.
Santos, R. (2022). Território, ancestralidade e turismo: Um estudo sobre o turismo de base comunitária em comunidades quilombolas no Brasil. Revista Brasileira de Ecoturismo, 15(3), 405–424. https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12588
Silva, D. M. da, & Ferreira, H. T. (2020). Quilombolas e turismo étnico: Um estudo na comunidade Kalunga, Goiás, Brasil. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 14(3), 118–135. https://doi.org/10.7784/rbtur.v14i3.1879
Silva, M. K. M., & Conceição, S. A. (2021). Turismo de base comunitária e o fortalecimento identitário em territórios quilombolas: Estudo de caso da Comunidade Furnas do Dionísio/MS. Caderno Virtual de Turismo, 21(3), 256–270. https://doi.org/10.18472/cvt.21n3.2021.1887
Silva, M. K. M., & Conceição, S. A. (2022). Turismo de base comunitária como estratégia de desenvolvimento territorial em comunidades quilombolas. Revista Brasileira de Ecoturismo, 15(3), 387–404. https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12587
Silva, R. D., & Souza, M. J. T. de. (2019). Ações afirmativas e turismo étnico: Reflexões sobre identidade e desenvolvimento sustentável no Quilombo do Campinho da Independência, Paraty (RJ). Revista Turismo: Estudos e Práticas, 8(2), 66–81.
Silva, S. A. B. da, & Silva, L. R. C. da. (2020). Práticas do turismo de base comunitária: O protagonismo dos quilombolas no desenvolvimento local. Revista Rosa dos Ventos, 12(1), 115–132. https://doi.org/10.18226/21789061.v12.n1.07
Simas, L. (2020). O corpo encantado das ruas. Civilização Brasileira.
Souto, A. C. R., & Silva, M. T. M. da. (2019). Turismo em comunidades quilombolas: Potencialidades e desafios. Caderno Virtual de Turismo, 19(1), 118–134. https://doi.org/10.18472/cvt.19n1.2019.1472
Telles, E. (2003). Racismo à brasileira: Uma nova perspectiva sociológica. Relume Dumará.
The iFriend. (n.d.). Turismo personalizado com guias locais. Disponível em https://theifriend.com/. Acessado em 20 de janeiro de 2025.
Torres, T. A., & Pereira, D. M. (2023). Museus comunitários e turismo de base comunitária: Perspectivas para o fortalecimento do território. Caderno Virtual de Turismo, 23(3), 31–47. https://doi.org/10.18472/cvt.23n3.2023.2137
Trigo, L. G. G. (2020). Turismo e ciência: A produção do conhecimento em turismo e os caminhos para sua aplicação. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 14(1), 1–21. https://doi.org/10.7784/rbtur.v14i1.1664
Turismo Virtual no Brasil. (n.d.). Plataforma de turismo digital e acessibilidade cultural. Disponível em https://turismovirtualnobrasil.com.br/. Acessado em 20 de janeiro de 2025.
UNWTO. (2020). Stay home today, #traveltomorrow. Disponível em: https://www.unwto.org/news/stay-home-today-travel-tomorrow. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
Velho, G. (2003a). Introdução. In Projeto e metamorfose: Antropologia das sociedades complexas (pp. 7–10). Jorge Zahar.
Velho, G. (2003b). Unidade e fragmentação. In Projeto e metamorfose: Antropologia das sociedades complexas (pp. 11–40). Jorge Zahar.
Vergara, S. C., & Ferreira, V. C. C. (2020). Métodos de pesquisa participativa no campo do turismo: Revisão sistemática de literatura. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 14(1), 174–195. https://doi.org/10.7784/rbtur.v14i1.1667
Vinhas, V., & Simas, L. (2020). A pequena África: O legado da cultura africana no Rio de Janeiro. Malê.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 CC Attribution 4.0

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.