Empresarização do turismo de base comunitária

Luciana Araújo Holanda

Resumo


A racionalidade dominante na modernidade ocidental produz a inexistência de outro princípio de organização produtiva e social que não seja o do mercado. Assistimos à emergência de uma sociedade managerial e ao fenômeno de empresarização de diversas esferas da vida social, inclusive de comunidades tradicionais que desenvolvem o turismo de base comunitária (TBC). No âmbito nacional, alguns autores e o próprio MTur têm difundido um discurso que apregoa a necessidade de profissionalização das comunidades tradicionais por meio da adoção do modelo de organização empresarial e práticas gerenciais, subordinadas a critérios de eficiência e competitividade, típicas do mundo do business. Este ensaio teórico tem por objetivo questionar o imperativo de empresarização a que estão sujeitas as iniciativas de TBC bem como gerar reflexão, discussão e mobilizar protagonistas e pesquisadores a pensar outros modos de organizar fora do enclave do mercado que não reproduzam, de forma acrítica e indiscriminadamente, o modelo empresarial e que sejam pertinentes à essência e aos propósitos do TBC.

Palavras-chave


Turismo de base comunitária; empresarização; Brasil.

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DOI: http://dx.doi.org/10.18472/cvt.16n2.2016.1189