Cidade mercadoria, cidade-vitrine, cidade turística: a espetacularização do urbano nos megaeventos esportivos

Gilmar Mascarenhas de Jesus

Resumo


No atual processo de reestruturação do capital, as cidades passam a assumir atribuições e iniciativas que antes eram restritas ao Estado-nação, tornando-se um elemento indispensável na organização geográfica das grandes empresas transnacionais. Este recente protagonismo das cidades se reveste de valores e estratégias neoliberais, algo que David Harvey (2005) identificou e denominou “empresariamento (ou empreendedorismo) urbano”, através de políticas que acentuam a competição entre cidades no cenário global. Este modelo apresenta densa confluência com as transformações recentes no modo de preparar as cidades para sediar megaeventos esportivos, especialmente as Olimpíadas. Surgem projetos fabulosos que resultam em maior visibilidade e atratividade turística para as cidades. A relação entre turismo e grandes eventos é evidente. Todavia, pouco se sabe sobre a dimensão precisa do real impacto destes eventos sobre a atividade turística. E sobre o papel do turismo na espetacularização desses grandes projetos.

Palavras-chave


Megaeventos esportivos; Cidade espetáculo; Políticas urbanas

Texto completo:

PDF