Os paradoxos do acolhimento em Minas no século XIX de acordo com a literatura de viagem: hospitalidade e hostilidade

Leandro Benedini Brusadin

Resumo


Este estudo, baseado na teoria da dádiva de Mauss (2008), posiciona como determinadas sociedades trocavam entre si e com os que eram considerados forasteiros. A hospitalidade pode ser inserida nesse contexto, ao ser definida como diversas formas e interpretações do ato do acolhimento humano, na relação de trocas com o outro em diferentes tempos e espaços. O objetivo deste trabalho é refletir sobre as práticas de acolhimento no Brasil, no século XIX, especificamente em Minas Gerais, sob a perspectiva dos viajantes naturalistas estrangeiros. A metodologia utilizada consiste na análise de fontes primárias referentes aos relatos presentes na Literatura de Viagem. Os viajantes estrangeiros registraram, sob um olhar eurocêntrico e de forma paradoxal, o processo de afetividade e alteridade em espaços distintos da hospitalidade, tais como no domínio comercial (hospedarias), no ambiente doméstico (casas e fazendas) e nos espaços públicos (vilas e cidades). Conclui-se que a sociedade mineira oitocentista ofereceu dádivas simbólicas aos viajantes estrangeiros em um processo de trocas assimétricas entre anfitriões e hóspedes com relações de hospitalidade e hostilidade.


Palavras-chave


Acolhimento; Viajantes Naturalistas; Minas Gerais; Hospitalidade; Hostilidade.

Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.18472/cvt.18n3.2018.1359



Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.