Turismo e patrimônio no município de Ouro Preto/MG: desigualdades territoriais e contradições socioespaciais circundantes aos valores histórico-culturais

Autores

  • Erick Alan Moreira Ferreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ)
  • Rafael H. Teixeira-da-Silva Professor Assistente Doutor do Curso de Turismo da UNESP/Rosana

DOI:

https://doi.org/10.18472//cvt.23n1.2023.2065

Palavras-chave:

Ouro Preto, Patrimônio Cultural, Dinâmica Territorial.

Resumo

Ouro Preto é reconhecida nacional e internacionalmente por seu valor patrimonial e histórico materializado na monumentalidade das construções do período barroco-colonial. Estes fatores levaram a cidade a ser consagrada enquanto Patrimônio Mundial da UNESCO em 1980. A chancela da UNESCO permitiu que a cidade conquistasse mais renda diante do fluxo de capital em razão do reconhecimento de valores como singularidade, autenticidade e excepcionalidade. Nesse contexto, o objetivo da pesquisa é debater a relação conflituosa entre turismo e patrimônio, tecendo conexões com as motivações políticas, institucionais e econômicas que estão no entorno da sua preservação. Destarte, foi realizada uma pesquisa descritiva e exploratória que encaminhou-se por meio de técnicas de pesquisa bibliográfica e análise documental para efetivar a interpretação e a discussão dos resultados. O estudo foi construído a partir de dezenas de artigos científicos, trabalhos publicados em anais de eventos, capítulos de livros, dissertações e teses de doutorado, buscando aprofundar o conhecimento acerca das características que abarcam o objeto de investigação . Ao final foram perceptíveis as contradições socioespaciais e territoriais reveladas na relação do turismo com o patrimônio , pois ao passo que a municipalidade se aproxima do centro histórico, ela distancia-se das periferias. O processo de refuncionalização turística do centro histórico foi concebido priorizando os valores mercadológicos, prevalecendo a cenarização e a fetichização da paisagem como forma de atrair turistas. Espera-se que o poder local e as resistências sociais instituam instrumentos de enfrentamento úteis frente ao processo de segregação socioespacial, prezando pela manutenção de espaços multifuncionais voltados à fruição e à apropriação efetiva do patrimônio. Além disso, vislumbra-se uma política urbana mais justa, com foco em uma política patrimonial baseada na gestão participativa dos núcleos urbanos tombados. Há ainda a necessidade de ativar memórias que sejam integradoras, que estimulem o diálogo, que permitam escapar de imposições historicamente estabelecidas. Da mesma forma, é necessário suprir a carência de patrimônios identificados em todos os setores territoriais da cidade, sobretudo nos espaços marginais e não somente nos que estão localizados em seu centro histórico.

Biografia do Autor

Erick Alan Moreira Ferreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ)

Bacharel em Turismo - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Especialista em Gestão Pública - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Mestre em Estudos Interdisciplinares do Lazer (UFMG).

Doutorando em Geografia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 

Gestor de Eventos - Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).

Rafael H. Teixeira-da-Silva, Professor Assistente Doutor do Curso de Turismo da UNESP/Rosana

Pós-doutor (PNPD/CAPES) pelo Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer-UFMG (2021).

Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Rio Claro.

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Publicado

27.04.2023

Como Citar

Ferreira, E. A. M., & Teixeira-da-Silva, R. H. (2023). Turismo e patrimônio no município de Ouro Preto/MG: desigualdades territoriais e contradições socioespaciais circundantes aos valores histórico-culturais. Caderno Virtual De Turismo, 23(1), 92–107. https://doi.org/10.18472//cvt.23n1.2023.2065

Edição

Seção

Artigos originais