Turismo de base comunitária e patrimônio cultural imaterial no nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.18472/cvt.16n3.2016.1168Palavras-chave:
Patrimônio cultural imaterial, Antropologia, Turismo de base comunitária.Resumo
Este artigo pretende contribuir com a discussão acerca da complexa ligação entre Bens Culturais Imateriais e o Turismo. Para isso, em um primeiro momento, abordaremos a perspectiva da Unesco acerca da aproximação do turismo com o patrimônio cultural imaterial, contrastando-a com análises antropológicas advindas, em grande escala, da Antropologia da Performance (ANDERSON, 1982; SCHECHNER, 1985) e da Antropologia do Turismo (GRUNEWALD, 2003). Em um segundo momento, analisaremos a configuração de alguns roteiros de Turismo de Base Comunitária (TBC) e a utilização, por parte destes, de saberes étnicos circunscritos em modos tradicionais de vida e organização social nos estados do Ceará e Sergipe, na região Nordeste do Brasil. Na última etapa, se detalhará a metodologia adotada pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), uma entidade privada sem fins lucrativos, quando da elaboração do Plano de Gestão Participativa do Turismo no município de Santa Luzia do Itanhy (SE), realizado em 2011, com o apoio do Ministério do Turismo. Após o estudo de alguns casos de sucesso e propostas de implantação de TBC, por meio do desenvolvimento de novos modelos de planejamento turístico na região Nordeste do Brasil, foi possível estabelecer a relação direta entre gestão do turismo de base comunitária e seu vínculo com a cultura, a identidade e o patrimônio imaterial.