Mulheres negras viajantes: experiências e relatos de um grupo de Facebook

Natália Araújo de Oliveira, Priscilla Teixeira da Silva, Helena de Jesus Almeida

Resumo


Há poucas pesquisas no Brasil sobre experiências de mulheres negras viajantes, de modo a invisivibilizar um debate interseccional no setor. A partir desta realidade, o artigo tem o objetivo de investigar como a questão racial atravessa as experiências turísticas de mulheres negras. A pesquisa é resultante de uma netnografia realizada no grupo Viajantes Negros, do Facebook, composto por 3.720 pessoas, que foi acompanhado de 30 de janeiro a 15 de março de 2021. As 109 postagens realizadas no período foram categorizadas usando a análise temática e evidenciaram que as mulheres ali inseridas entendem a importância do corpo negro viajante ocupar todos os espaços – de maneira a mostrar que elas são turistas e não apenas trabalhadoras do setor –, contudo, foi possível notar um interesse maior por roteiros afrodiaspóricos. A pesquisa revelou ainda que o grupo é visto como um espaço seguro para troca de informações, que apenas mulheres negras compreendem – como dicas de locais onde o racismo é menos explícito, ou ainda experiências vinculadas a um suposto exotismo do corpo feminino negro. Como consideração final, aponta a necessidade de dar atenção ao movimento de viajantes negros do Brasil.


Palavras-chave


Mulheres negras; Viajantes; Netnografia.

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DOI: http://dx.doi.org/10.18472/cvt.22n1.2022.1987



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